Prevenir, detectar e responder a um problema que ameaça a saúde global: um círculo virtuoso no uso de medicamentos
10/06/2024
A conferência de especialistas sobre o uso racional de medicamentos, convocada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Nairóbi (1985), indicou que o uso racional significa que “os pacientes devem receber medicamentos apropriados às suas necessidades clínicas, em doses ajustadas à sua situação particular, por um tempo adequado”1. Nesse contexto, é fundamental reconhecer a importância do acesso a produtos médicos regulamentados, que atendam aos padrões de qualidade, segurança e eficácia2.
Os produtos médicos fora do padrão ou falsificados costumam ser muito difíceis de detectar, justamente porque são planejados para que se passem pelos originais. Ainda assim, algumas medidas podem ajudar nesse processo, tais como: verificar as condições da embalagem e possíveis erros gramaticais ou de ortografia; checar as datas de fabricação e de validade, conferindo se os dados da embalagem externa correspondem aos da embalagem interna; certificar-se de que a aparência do medicamento é a esperada e se ele não apresenta mudanças de cor, sinais de degradação ou odores estranhos. Além disso, é fundamental comunicar a identificação de produtos médicos suspeitos à autoridade nacional reguladora de medicamentos1.
É importante considerar que medicamentos fora do padrão ou falsificados podem causar reações adversas imprevisíveis, considerando as condições clandestinas de sua produção, muitas vezes sem o devido padrão de higiene ou equipe qualificada, expondo os compradores a impurezas desconhecidas ou, até mesmo, a contaminações por bactérias3. As consequências podem ser significativas: produtos de saúde vendidos ilegalmente podem ser completamente diferentes daqueles que o paciente acredita estar consumindo, expondo essa pessoa a sérios prejuízos à saúde4. Por outro lado, a utilização adequada dos medicamentos constitui um parâmetro fundamental tanto para a saúde individual quanto para a coletiva5.
O problema dos medicamentos falsificados afeta todas as regiões do mundo3. Portanto, é fundamental trabalhar na educação e na conscientização sobre esse problema, envolvendo não apenas os consumidores, mas também todos os profissionais que fazem parte do ecossistema de saúde6. “A prevenção, a vigilância e o combate aos medicamentos falsificados são necessários, assim como a cooperação, a colaboração e a participação entre as agências reguladoras nacionais e internacionais”, diz a Diretora de Investigação de Segurança de Produtos | Corporate Compliance da Pfizer para América do Sul, Caroline Gabriel.
É importante ressaltar que o sistema da Organização Mundial de Saúde recebe denúncias de produtos médicos fora do padrão ou falsificados vindas de todas as regiões do mundo, o que evidencia que se trata de um problema global2. De acordo com a OMS, estima-se que um em cada 10 produtos médicos em circulação em países de baixa e média renda seja um produto fora do padrão ou falsificado3.
A própria globalização também pode dificultar a regulação dos produtos médicos7, por isso é importante que cada pessoa obtenha informações confiáveis sobre os medicamentos que consome. A maneira mais eficaz de evitar a falsificação dos produtos de saúde é usar apenas aqueles que forem prescritos pelo profissional de saúde autorizado, com distribuição realizada por entidades registradas no setor.
A internet: uma porta de entrada
O mercado de comércio eletrônico está crescendo e, embora as compras pela internet sejam cada vez mais populares e estejam se tornando uma maneira rápida e conveniente de adquirir o que precisamos, o aumento exponencial das conexões por meio da internet também pode oferecer aos criminosos um acesso mais fácil às vítimas, até mesmo dentro dos mercados mais regulados2. Sites, plataformas de mídia social e aplicativos para smartphones podem aumentar os pontos de contato com tais contraventores. É importante ter em mente, ainda, que os riscos aumentam significativamente a partir da compra de produtos médicos de fontes não regulamentadas ou não licenciadas.
O consumo desses produtos constitui uma grande ameaça à saúde também em função da ineficácia dos supostos tratamentos, sob o risco de causar o prolongamento da enfermidade ou até mesmo a morte do paciente, além da propagação da resistência aos antimicrobianos e das infecções por microrganismos multirresistentes, o que ameaça o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável2.
“Embora a OMS e seus parceiros estejam trabalhando para desenvolver métodos para quantificar com mais precisão o número de produtos médicos fora do padrão e falsificados, já existem evidências suficientes para mostrar que o problema é grande e de alcance global, afetando significativamente a vida das pessoas. Globalmente, a equipe de Segurança Global da Pfizer já colaborou para evitar que milhões de doses falsificadas chegassem aos pacientes. É por isso que, neste Dia Mundial de Combate à Falsificação, nos unimos ao apelo global para prevenir, detectar e responder à ameaça representada por esses produtos", comenta Caroline.
Da mesma forma, os pacientes também podem implementar medidas para buscar o uso adequado de suas medicações, conforme sugerido pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA. São elas8:
- Siga as instruções contidas no rótulo ou fornecidas pelo especialista de saúde;
- Esteja ciente das possíveis reações na interação com outros medicamentos e álcool;
- Não pare de tomar o medicamento nem mude a dose sem antes consultar seu médico;
- Não tome medicamentos usados anteriormente por outras pessoas nem compartilhe com elas seus próprios medicamentos.
Referências