Doença muito comum, mas pouco conhecida e estigmatizada, pode causar males além das marcas na pele
15/10/2021
Entre os dias 28 de outubro e 03 de novembro, a Pfizer, com apoio das associações dedicadas aos pacientes com problemas dermatológicos, Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro, Associação de Apoio à Dermatite Atópica (AADA) e Psoríase Brasil, promove a exposição itinerante “A Realidade na Pele da Arte” na cidade do Rio de Janeiro. A mostra é composta por 10 obras símbolos universais de beleza que passaram por uma intervenção artística, simulando a presença de dermatite atópica. O experimento é baseado em relatos de pacientes e busca conscientizar sobre o impacto do preconceito relacionado à doença.
Quatro artistas reproduzem as lesões de pessoas reais na pele de personagens conhecidos mundialmente: Mona Lisa e a Dama com Arminho, de Leonardo da Vinci; Moça com o Brinco de Pérola, de Johannes Vermeer; O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli; Narcissus, de Caravaggio; Rosa e Azul, de Pierre-Auguste Renoir; A maja nua, de Francisco de Goya; A semente de Areoi, de Gauguin; Patroclus, de Jacques-Louis David e O Cavalheiro Sorridente, de Frans Hals.
“A Realidade na Pele da Arte” também conta com uma série de vídeos que reproduzem as emoções de pacientes reais ao reconhecerem seus relatos nas obras clássicas de artistas mundiais. Os vídeos estão disponíveis no site www.pfizer.com.br/napeledaarte e no perfil oficial da Pfizer Brasil no Instagram (@pfizer.brasil) e no Facebook (Facebook.com/PfizerBrasil). Anteriormente, a exposição esteve em São Paulo no Shopping Eldorado.
Pele seca, erupções que coçam e crostas. Bullying na escola e discriminação no trabalho, além de outros problemas como insônia e qualidade de vida prejudicada. Essas são algumas dificuldades enfrentadas pelos pacientes com dermatite atópica (DA), uma doença genética e crônica que atinge principalmente crianças, mas também acomete adultos .
“De causa ainda desconhecida, acredita-se que a condição é resultado de uma junção de pele seca e irritável com um mau funcionamento no sistema imunológico”, esclarece Márjori Dulcine, Diretora Médica da Pfizer Brasil. “As marcas aparecem mais nas dobras do corpo como braços, joelhos e pescoço, que podem ficar avermelhados com ferimentos ou até espessas, após períodos de coceira prolongada”, completa.
O quadro clínico varia conforme a fase da doença, mas pode ser classificado em três estágios: fase infantil (3 meses a 2 anos de idade), fase pré-puberal (2 a 12 anos de idade) e fase adulta (a partir de 12 anos de idade) . Desse total, cerca de 70% das crianças têm a doença controlada na adolescência, mas alguns casos permanecem ou retornam na vida adulta.
“Há alguns casos, no entanto, em que a doença tem início em adolescentes e adultos. O prurido é o principal sintoma e pode ser incapacitante, chegando a prejudicar atividades simples diárias e o sono. A medida principal de manejo é o controle da hidratação da pele, impedindo o ressecamento e hidratando vigorosamente, e também o tratamento do prurido”, explica a Dra. Ana Luísa Sampaio, coordenadora do Departamento de Medicina Interna da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBDRJ).
Apesar de não ser contagiosa, o seu aspecto provoca males além da pele. Estudo recente sobre bullying na escola e discriminação no mercado de trabalho, a partir de percepções de pacientes com dermatite atópica, apontou que a doença afetou negativamente a qualidade de vida de 51,6% dos entrevistados, e 68,8% a consideraram limitante para a rotina. Além disso, 39,3% dos alunos foram vítimas de bullying e 33,9% dos trabalhadores sentiram-se discriminados. Essas ocorrências provocaram absenteísmo de 17,1 e 10,9 dias/ano no período letivo e laboral, respectivamente .
A qualidade do sono também foi relatada por quem convive com a doença. Uma investigação sobre a influência da coceira e da dor mostrou que 82% dos pacientes indicaram a coexistência de insônia e da dermatite atópica . Já outro levantamento associou a doença a distúrbios do sono em 47% a 80% das crianças e em 33% a 90% dos adultos .
Roberto Takaoka, dermatologista e Presidente da Associação de Apoio à Dermatite Atópica (AADA), comenta sobre a importância da abordagem multidisciplinar no tratamento da doença: “É importante salientar que além da medicação, é necessário um trabalho de educação e orientação dos pacientes e seus familiares quanto à doença e de apoio psicológico e social. Na AADA temos os grupos de apoio para pacientes e familiares, que são reuniões mensais, atualmente on-line, onde é possível obter informações técnicas e confiáveis sobre a dermatite atópica. As reuniões também oferecem uma oportunidade para que os pacientes conheçam outras pessoas com os mesmos problemas, melhorem o relacionamento com os profissionais da saúde também fortaleçam a aderência ao tratamento”, afirma.
Serviço:
Exposição A Realidade na Pele da Arte
Rio de Janeiro - Barra Shopping
Local: Nível Américas
Data: 28 de outubro a 03 de novembro de 2021
Horário: Das 10h às 22h
Dermatite Atópica - Sociedade Brasileira de Dermatologia. https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite-atopica/59/. Acesso em setembro de 2021.
Atopic Dermatitis and Patient Perspectives: Insights of Bullying at School and Career Discrimination at Work. https://www.researchgate.net/publication/353385231_Atopic_Dermatitis_and_Patient_Perspectives_Insights_of_Bullying_at_School_and_Career_Discrimination_at_Work. Acesso em setembro de 2021.
Influence of Itch and Pain on Sleep Quality in Atopic Dermatitis and Psoriasis https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30307027/. Acesso em setembro de 2021.
Sleep Disturbances and Atopic Dermatitis: Relationships, Methods for Assessment, and Therapies. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33321263/. Acesso em setembro 2021.