21/09/2022
Algumas pessoas que foram infectadas pelo SARS CoV-2, vírus que causa a COVID-19, têm experienciado sintomas mesmo após o final de sua infecção. Esse efeito a longo prazo ficou conhecido pelos termos “pós-Covid” ou “Covid longa”, condição reconhecida pela Organização Mundial de Saúde desde outubro de 2021. Os sinais e sintomas da Covid longa podem incluir manifestações novas ou a persistência daquelas que apareceram durante a infecção.
A maioria das pessoas com Covid-19 percebe a melhora dos sintomas da infecção entre alguns dias ou semanas após seu início. A Covid longa, portanto, é identificada se alguns sintomas persistirem por mais de quatro semanas após a infecção. É importante saber que:
Em média, entre 10% a 20% das pessoas infectadas pela Covid-19 apresentam sintomas de Covid longa, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS);
No Brasil, um estudo da Fiocruz identificou que cerca de 50% das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresentaram sintomas pós-infecção;
Os sintomas podem incluir fadiga, falta de ar e problemas mentais;
Os sintomas podem ser a continuidade do que já foi sentido durante a infecção, mas também podem ser sinais novos, não experienciados antes;
Os sinais da Covid longa podem durar mais algumas semanas ou até mesmo meses e a condição pode afetar cada pessoa de uma maneira;
Às vezes, os sintomas da Covid longa podem desaparecer e voltar novamente;
Não há teste específico para identificar a Covid longa. É preciso relatar os sinais e sintomas a um profissional da saúde para que o pós-Covid seja diagnosticado.
As pessoas que sofrem com a Covid longa relatam diversos tipos de sintomas, tais como:
Cansaço ou fadiga que interfere na vida diária;
Mal-estar após esforço;
Febre;
Dificuldade em respirar ou falta de ar;
Tosse persistente;
Dor no peito;
Palpitações cardíacas;
Dificuldade para se concentrar;
Dificuldade de raciocínio, chamado de nevoeiro cerebral;
Dor de cabeça;
Problemas de sono;
Tonturas ao se levantar;
Mudança na percepção de cheiro ou sabor;
Depressão;
Ansiedade;
Diarreia;
Dor de estômago;
Dores articulares ou musculares;
Irritação na pele;
Alterações nos ciclos menstruais.
Qualquer pessoa que foi infectada pode desenvolver Covid longa, seja adulto, jovem ou criança. O pós-Covid pode se manifestar, inclusive, em pessoas que tiveram sintomas leves durante a infecção, embora pacientes com sintomas mais graves tenham uma maior probabilidade de ter complicações em longo prazo. Estudos ainda estão investigando essa questão. Mas, a princípio, os grupos a seguir estão mais propensos a desenvolver a Covid longa:
Pessoas que sofreram uma doença COVID-19 mais grave, especialmente aquelas que foram hospitalizadas ou precisaram de cuidados intensivos;
Pessoas que tinham comorbidades antes do COVID-19;
Pessoas que não receberam a vacina COVID-19.
O SARS-CoV-2 pode atacar o corpo de várias maneiras, causando danos aos pulmões, coração, sistema nervoso, rins, fígado e outros órgãos. Os sintomas da Covid longa são resultado dos danos que a infecção provocou na pessoa.
Embora o mecanismo que causa a Covid longa ainda esteja sendo estudado, a explicação mais aceita pelos especialistas é de que a inflamação causada pelo vírus gera uma reação no organismo, que tenta se defender. Dessa reação, inicia-se um processo no pulmão em que são liberadas proteínas inflamatórias chamadas citocinas. Ao se espalharem pelo corpo, elas estimulam também a inflamação de outros órgãos, o que pode ser o motivo para o desenvolvimento dos sintomas pós-Covid.
A Covid longa pode ser difícil de diagnosticar, uma vez que as avaliações clínicas e os resultados de exames (de sangue, radiografias de tórax e eletrocardiogramas) podem estar normais.
A melhor maneira de confirmar o diagnóstico é buscar um profissional da saúde de confiança, que avalie as queixas criteriosamente e o contexto dos sintomas, para ter um acompanhamento do quadro, com cuidados e tratamento adequados.
Prevenção - a melhor maneira de prevenir os sintomas do pós-Covid é proteger a si mesmo e aos outros de serem infectados pelo SARS-CoV-2.
Risco aumentado - estudos sugerem que pessoas vacinadas estão menos propensas a relatar sintomas de Covid longa em comparação com as pessoas não vacinadas.
Viver com sintomas pós-Covid pode ser difícil, principalmente quando não há respostas ou soluções imediatas. No entanto, o acompanhamento com um profissional de saúde pode auxiliar a elaborar um plano de cuidados para melhorar essas manifestações e garantir qualidade de vida. Além disso, exercícios respiratórios e fisioterapia podem ser úteis.
Podem incluir uma ampla gama de problemas, desde respiratórios até mentais, e essas condições podem durar semanas, meses ou mais.
Acontece com mais frequência em pessoas que tiveram manifestações graves de Covid-19. Mas, qualquer pessoa que tenha sido infectada com o vírus pode enfrentar condições pós-Covid, mesmo aquelas que tiveram doença leve ou sem sintomas. Inclusive, pessoas que não sabem que foram infectadas - seja por não terem confirmado diagnóstico por meio de teste ou por não terem desenvolvido sinais e sintomas - também podem ter Covid longa.
Aqueles que não são vacinados contra a Covid-19 também têm maior risco de desenvolver Covid longa quando comparado com pessoas que foram vacinadas.
Diversas instituições e pesquisadores estão estudando a Covid longa para entender melhor sua manifestação.
https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/long-term-effects/index.html - acessado em 13/09/22;
https://butantan.gov.br/noticias/sindrome-da-covid-longa-pode-afetar-metade-dos-pacientes-infectados-por-sars-cov-2 - acessado em 13/09/22;
https://pebmed.com.br/opas-alerta-sobre-efeitos-da-covid-longa/ - acessado em 13/09/22;
https://www.unicef.org/brazil/covid-19-perguntas-frequentes - acessado em 13/09/22;
https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/coronavirus/covid-long-haulers-long-term-effects-of-covid19 - acessado em 13/09/22;
https://www.ufsm.br/midias/arco/covid-longa-imprevisivel-e-debilitante/ - acessado em 13/09/22;
https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-da-fiocruz-avalia-sindrome-da-covid-longa#:~:text=A%20pesquisa%20acompanhou%2C%20por%2014,OMS)%20classifica%20como%20Covid%20longa. - acessado em 13/09/22.
PP-UNP-BRA-0679