10/08/2022
A doença de Lyme é uma infecção provocada por um tipo de bactéria transmitida por carrapatos. Ela provoca lesões na pele, no sistema nervoso central e periférico e no coração, além de dores nas articulações. Nos Estados Unidos, cerca de 476 mil pessoas são contaminadas todos os anos, segundo estimativas do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças). No Brasil, não existem números oficiais da doença, que costuma ser pouco conhecida e diagnosticada. Continue a leitura para entender mais sobre o que é doença de Lyme, sintomas, tratamentos e formas de prevenção.
Doença de Lyme é uma infecção causada por bactérias, mais comumente a da espécie Borrelia burgdorferi. Diversas espécies de carrapatos carregam a bactéria e podem transmiti-la aos seres humanos através da picada.
No Brasil, os casos de doença de Lyme têm sido diagnosticados por meio de manifestações clínicas após picadas de carrapatos, desde 1992. No entanto, a variante brasileira é chamada de doença de Lyme símile brasileira ou síndrome de Baggio-Yoshinari.
É comum a confusão entre doença de Lyme e febre maculosa, porque ambas são causadas por bactérias transmitidas por picada de carrapatos. Mas elas não são a mesma doença.
A febre maculosa, também conhecida como doença do carrapato, é uma infecção provocada por bactérias da família Rickettsiaceae (geralmente das espécies Rickettsia rickettsii e Rickettsia parkeri). Mais frequente no Brasil do que a doença de Lyme, a febre maculosa tem como principais sintomas:
Edema (inchaço);
Insuficiência renal;
Problemas neurológicos;
Miocardite;
Insuficiência respiratória;
Hipotensão;
Choque.
Os sintomas da doença de Lyme podem variar de acordo com o tempo que o paciente carrega a doença.
Depois de aproximadamente um mês de infecção, os sintomas mais comuns são:
Lesão avermelhada e inchaço no local da picada;
Febre;
Calafrios;
Fadiga;
Dores no corpo;
Dores de cabeça.
Sintomas que aparecem após semanas ou meses de infecção:
Dores nas articulações;
Inchaço;
Problemas neurológicos como meningite e paralisia temporária de um lado do rosto;
Dormência no corpo;
Fraqueza nos membros;
Movimentos musculares dificultados.
Após semanas de infecção, algumas pessoas também podem desenvolver inflamação nos olhos, problemas cardíacos (como arritmia), hepatite e fadiga severa.
Os fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença de Lyme são:
Passar tempo em áreas verdes (parques ou gramados) com potencial de estarem contaminadas - como regiões em que circulem animais que carregam o carrapato transmissor.
Estar com a pele exposta nas áreas consideradas de risco - carrapatos “grudam” com facilidade na pele desprotegida. Se você está passando férias ou tem alguma rotina diária em áreas com carrapatos, proteja sua pele com calças e mangas longas. Não permita que os animais domésticos andem nessas áreas.
Não remover os carrapatos rapidamente e da forma correta - a bactéria do carrapato entra no organismo quando ele permanece grudado à pele por mais de 36 horas. Se o carrapato for removido em até 48 horas, o risco de contrair a doença se torna baixo.
Para realizar o diagnóstico da doença de Lyme, o médico pode levar em consideração as seguintes informações:
Presença de sintomas da doença;
Se você esteve exposto a uma área contaminada com carrapatos transmissores da doença;
Outras doenças foram descartadas (já que os sintomas são comuns com outras enfermidades);
Resultados de exames laboratoriais.
Atualmente, existem alguns testes que detectam a presença de anticorpos para a doença de Lyme no organismo. No entanto, eles podem demorar semanas para terem um resultado confiável. Por isso, se você for testado para doença de Lyme logo após o início dos sintomas, talvez precise repetir o exame para ter um diagnóstico mais confiável e definitivo.
A doença de Lyme tem cura. No entanto, algumas pessoas ainda podem experimentar os sintomas da doença mesmo depois de curadas.
A principal forma de tratamento é a utilização de antibióticos por via oral, por até 14 dias. No caso do agravamento dos sintomas ou ainda na presença de sintomas neurológicos, o médico pode recomendar a utilização de antibióticos intravenosos, aplicados em ambiente hospitalar.
Nos pacientes em que alguns sintomas persistem após o tratamento, o uso de antibióticos não é recomendado, pois não tem qualquer efeito benéfico.
A melhor forma de prevenir a doença de Lyme é evitar o contato com carrapatos transmissores da bactéria que causa o quadro. Para isso, siga algumas recomendações:
Evite áreas com potencial risco de contaminação por carrapatos, como áreas gramadas, regiões com arbustos, florestas e áreas verdes em que existam animais portadores de carrapatos circulando;
Use repelentes eficazes contra carrapatos;
Ao circular por áreas verdes, use roupas de manga longa e calças de cor clara, assim, conseguirá detectar a presença do carrapato facilmente;
Coloque a boca da calça dentro da meia e de botas para evitar que o carrapato entre por baixo da peça;
Cheque diariamente o seu corpo, das crianças e dos animais de estimação. Se encontrar algum carrapato, remova-o de forma delicada para que ele saia inteiro;
Ao voltar para casa após passar o dia em áreas verdes, tome um banho e deixe as roupas secarem ao sol ou na secadora após lavadas.
Dia do Infectologista: saiba mais sobre as doenças infecciosas incidentes no Brasil
https://medlineplus.gov/lymedisease.html - acessado em 18/07/2022
https://www.cdc.gov/lyme/index.html – acessado em 18/07/2022
https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/lyme-disease/diagnosis-treatment/drc-20374655 - acessado em 18/07/2022
https://www.reumatologia.org.br/noticias/doenca-de-lyme/ - acessado em 18/07/2022
https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/doenca-de-lyme - acessado em 18/07/2022
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Febre-Maculosa - acessado em 18/07/2022
PP-UNP-BRA-0422