14/08/2023
Além das vacinas protegerem a gestante de infecções que podem levá-la à hospitalização - como formas mais graves de gripe, que as mulheres grávidas são propensas a desenvolver -, a imunização materna também é muito importante para manter a saúde do bebê. Tanto durante a gestação quanto nos primeiros meses após o nascimento. Isso porque, quando a mãe recebe uma vacina, cria anticorpos que são transmitidos ao bebê pela placenta. Continue a leitura para saber como isso acontece e quais vacinas são indicadas para a imunização materna durante a gravidez.
A imunização materna consiste em vacinar a mulher durante a gestação para proteção do bebê e dela própria. Quando a mãe recebe a vacina, os anticorpos que ela produz são capazes de atravessar a placenta, fortalecendo o organismo do bebê, cujo sistema imunológico, até os primeiros meses após o nascimento, é incapaz de combater a contaminação por agentes nocivos, como vírus e bactérias que podem causar doenças.
A imunização materna é uma ferramenta fundamental tanto para manter a boa saúde da mãe quanto a do bebê - dentro e fora do útero. As vacinas aplicadas na gestante têm efeito na criança por cerca de seis meses ou um pouco mais depois do nascimento, até que ela mesma seja vacinada e consiga produzir anticorpos.
Vacinar as gestantes é uma das estratégias de saúde mais eficientes para proteção do bebê e ajuda a evitar, inclusive, a morbimortalidade. No caso da coqueluche, por exemplo, a vacina dTpa diminui em 90% o risco do bebê contrair a doença nos primeiros meses de vida.
Além dos benefícios para o bebê, a imunização materna ajuda a prevenir determinadas doenças na mulher durante a gravidez, período em que ela tem um risco maior de contrair algumas delas. Ou, então, evita que ela desenvolva formas mais graves das doenças para as quais é vacinada.
A imunização materna é especialmente importante hoje em dia, pois o risco de surto de doenças preveníveis por meio de vacinação é o maior dos últimos trinta anos, segundo a Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Uma das explicações para isso seria o baixo índice de cobertura vacinal da população contra doenças infecciosas que, em 2021, foi de apenas 51%, bem inferior aos 90% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Existem imunizações que fazem parte da rotina de vacinação durante a gravidez para proteger a saúde do bebê e da mãe. Elas estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e são as seguintes:
Esse imunizante previne a doença, que é provocada por vírus e pode ser transmitida durante a gestação, no parto e também durante a amamentação, quando a contaminação do bebê pode acontecer se os mamilos estiverem sangrando por conta de fissuras na pele. A vacina também ajuda a evitar o nascimento prematuro da criança, uma das possíveis consequências da hepatite B em gestantes.
A vacina dTpa é a tríplice bacteriana acelular do tipo adulto que faz a imunização contra difteria, tétano e coqueluche. Já a dT é a vacina somente contra difteria e tétano. Elas devem ser tomadas em um esquema combinado, conforme a situação vacinal da gestante para essas doenças, que são graves. Com a vacinação, os anticorpos maternos são transmitidos ao bebê.
Desde o aparecimento da Covid-19, a vacina contra a doença entrou na lista de imunizantes essenciais para mulheres grávidas. Além de ajudar a proteger a gestante de ser infectada, evita complicações de saúde para ela e o bebê, mesmo no caso de contaminação pelo coronavírus, que provoca a doença. Especialmente se a mulher tem comorbidades, como pressão alta.
As gestantes fazem parte do grupo de risco para complicações causadas pelo vírus influenza, o que pode ocasionar a internação da gestante, além de aumentar o risco de óbito da mãe e do bebê. A doença também aumenta o risco de parto prematuro e de baixo peso da criança ao nascer.
O período adequado para a imunização materna depende da vacina, pois elas são recomendadas em diferentes fases da gestação. Os períodos para tomar as vacinas de rotina durante a gravidez são os seguintes:
Existem também outros fatores que podem deixar os indivíduos mais suscetíveis a desenvolver uma forma mais grave da infecção:
Ser gêmeo;
Ser do sexo masculino;
Exposição a ambientes aglomerados e com pouca ventilação
Exposição à fumaça.
O período adequado para a imunização materna depende da vacina, pois elas são recomendadas em diferentes fases da gestação. Os períodos para tomar as vacinas de rotina durante a gravidez são os seguintes:
Se a mulher ainda não recebeu o esquema de vacinação contra a doença, precisará tomar três doses (0, 1 e 6 meses). Da primeira para a segunda dose, é preciso um intervalo de quatro semanas. Já a última dose da vacina deve ser aplicada 6 meses após a primeira dose. Se a gestante não completar esse esquema vacinal durante a gravidez, pode concluir após o parto.
Quando a mulher já tiver sido vacinada com duas doses ou três doses contendo o componente tetânico, ela deve tomar só uma dose de dTpa a partir da vigésima semana da gestação. Para as que receberam antes só uma dose contendo o componente tetânico, é indicado tomar uma dose de dT e uma dose de dTpa a partir vigésima semana de gestação, com intervalo mínimo de um mês entre as doses. Mas quando a mulher não tiver sido vacinada ou o histórico vacinal for desconhecido, ela deve tomar duas doses de dT e uma dose de dTpa. O intervalo mínimo entre cada uma das doses é de um mês, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da vigésima semana de gestação.
É recomendado tomar a vacina dTpa em todas as gestações, pois ela protege a gestante e permite a transferência de anticorpos para o bebê durante a gestação, protegendo-o nos primeiros meses de vida até que possa ser imunizado.
Deve ser tomada uma dose anual em qualquer fase da gestação, pois as gestantes fazem parte do grupo de risco para complicações causadas pelo vírus influenza e podem apresentar sintomas graves. A aplicação deve ser feita, preferencialmente, no período que antecede a temporada de circulação do vírus influenza. A proteção dura em torno de 6 a 12 meses e a vacina também é recomendada em situação epidemiológica de risco. Para gestantes imunodeprimidas, pode ser considerada uma segunda dose a partir de três meses após a dose anual.
Pode ser administrada em qualquer período da gravidez. É recomendada para todas as gestantes e mulheres até 42 dias após o parto.
A imunização materna é essencial, mas existem algumas vacinas contraindicadas durante gestação, como a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), HPV, varicela (catapora) e dengue. Mas todas, exceto a da dengue, podem ser aplicadas no puerpério e durante a amamentação.
A imunização materna é essencial, mas existem algumas vacinas contraindicadas durante gestação, como a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), HPV, varicela (catapora) e dengue. Mas todas, exceto a da dengue, podem ser aplicadas no puerpério e durante a amamentação.
A vacina da dengue, além de ser contraindicada durante a gravidez e a amamentação, também não deve ser aplicada em mulheres soronegativas para a doença e nem nas imunodeprimidas.
Continue aprendendo mais sobre o assunto no Portal de Saúde e Bem-estar da Pfizer, o Cuidamos Juntos: https://www.cuidamosjuntos.com.br/prevencao/vacinacao
Referências
CDC. Rationale: Why Vaccinate Pregnant Women? Disponível em: https://www.cdc.gov/pertussis/pregnant/hcp/rationale-vacc-pregnant-women.html. Acesso em: 11/07/2023.
MARTINS, Cecília Maria Roteli, LAJOS, Giuliane Jesus, GIAMBERARDINO, Heloisa Ihle Garcia, CUNHA, Juarez, PEREIRA, Leila D. C., SADECK, Lilian dos Santos et al. Imunização na gestação, pré-concepção e puerpério. Sbim, 2020. Disponível em: https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/22771e-dt-imunizao-gestaao-pre-concepao-e-puerperio.pdf. Acesso em: 11/07/2023.
Febrasgo. Importância da vacinação materna, 2020. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/es/revistas/item/1130-importancia-da-vacinacao-materna. Acesso em: 11/07/2023.
Febrasgo. Com acesso gratuito a vacinas recomendadas pela OMS, Brasil enfrenta forte queda na cobertura vacinal. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1681-com-acesso-gratuito-a-vacinas-recomendadas-pela-oms-brasil-enfrenta-forte-queda-na-cobertura-vacinal. Acesso em: 11/07/2023.
PAHO. Risco de surto de doenças preveníveis por vacinação é o mais alto em 30 anos, diz diretor da OPAS. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/20-4-2023-risco-surto-doencas-preveniveis-por-vacinacao-e-mais-alto-em-30-anos-diz-diretor. Acesso em: 11/07/2023.
ACOG. Maternal Immunization. Disponível em: https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/committee-opinion/articles/2018/06/maternal-immunization. Acesso em: 11/07/2023.
GOV.BR. Saiba quais vacinas devem ser administradas durante a gestação. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2022/11/saiba-quais-vacinas-devem-ser-administradas-durante-a-gestacao. Acesso em: 11/07/2023.
SBIm. Calendário de vacinação SBIm gestante. SBIm, 2022. Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-gestante.pdf. Acesso em: 11/07/2023.