08/01/2021
Essa pode ser uma sensação comum: incômodo nos olhos, como se houvesse areia e faltassem lágrimas para limpar. Quando os sintomas se manifestam frequentemente, pode ser sinal de uma doença chamada ceratoconjuntivite sica ou então síndrome da disfunção lacrimal. Essa é uma condição comum, que atinge pessoas que produzem lágrima de uma forma insatisfatória: ou por não haver quantidade suficiente ou por não terem a qualidade adequada para a lubrificação.
A disfunção lacrimal é uma doença crônica. A síndrome dos olhos secos pode se manifestar por três razões:
Deficiência aquosa no filme lacrimal ou diminuição da produção de lágrimas;
Evaporação excessiva do filme lacrimal, quando há problema na produção de algum dos componentes da lágrima.
Disfunção das glândulas de Meibomius, que são glândulas sebáceas localizadas na região das pálpebras.
Algumas condições e características podem ser fatores de risco para desenvolvimento dos olhos secos. São elas:
Idade. Pessoas com mais de 50 anos têm mais chances de apresentar a síndrome dos olhos secos;
Uso de lentes de contato;
Menopausa, devido às alterações hormonais;
Gravidez, devido às alterações hormonais;
Algumas doenças crônicas: diabetes, doença de Parkinson, artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico;
Deficiência de vitamina A e de ômega-3;
Rotina em ambientes muito secos ou com presença constante de ar condicionado;
Longo tempo em frente a telas, como computador e televisão;
Uso de alguns medicamentos: antidepressivos, diuréticos, anticolinérgico, anti-histamínicos, betabloqueadores, amiodarona e isotretinoína.
São sinais da síndrome dos olhos secos:
Olhos vermelhos;
Sensação de olho seco, como se houvesse areia ou corpos estranhos incomodando o globo ocular;
Ardência na região dos olhos;
Visão embaçada;
Intolerância à luz (fotofobia);
Lacrimejamento constante, como um reflexo do organismo a fim de combater a superfície ocular doente.
Geralmente, os sinais e sintomas dos olho secos se tornam mais intensos ao final do dia, após uso de telas e em ambientes com ar condicionado, vento ou exposição à fumaça.
Atenção: caso apresente algum dos sintomas com recorrência, procure por um médico oftalmologista. Casos não tratados ou de manifestação mais intensa podem levar ao comprometimento da córnea e até a perda da visão.
Os sinais e sintomas da síndrome dos olhos secos não são específicos e, por isso, podem ser confundidos com os de outras doenças. O médico deve sempre buscar diferenciar os olhos secos de alergias, conjuntivites e outras condições. O diagnóstico pode ser feito em consultório médico, de três maneiras, além do histórico de doenças:
Coloração com Rosa Bengala ou Lisamina Verde - corantes que indicam a região da superfície ocular que está doente devido ao ressecamento.
Teste de Schirmer - é usado um pedaço de papel específico posicionado no fundo do saco conjuntival inferior. Dessa forma, após alguns minutos, o médico pode mensurar a produção de lágrimas e verificar se a quantidade está abaixo do normal, possibilitando assim o diagnóstico de olhos secos;
Tempo de quebra do filme lacrimal - usando também um corante, o profissional pode observar por quanto tempo o filme lacrimal permanece intacto no globo ocular. Em pessoas sem problemas nos olhos, o comum é que dure mais de 10 segundos.
O tratamento dos olhos secos busca atingir três objetivos: aumentar a produção espontânea de lágrimas, conservá-las por mais tempo e repor as lágrimas que não são produzidas. Para isso, cada paciente recebe um tratamento individualizado, que pode incluir:
Uso de colírios lubrificantes e anti-inflamatórios - os colírios lubrificantes possuem em sua composição propriedades químicas parecidas com a das lágrimas naturais. Já os anti-inflamatórios auxiliam na recuperação da superfície ocular que foi prejudicada pela falta de lubrificação, além de aumentar a produção de lágrimas.
Conservação das lágrimas - numa tentativa de reter a lágrima natural do paciente por mais tempo no globo ocular, o médico pode obstruir o ponto lacrimal - o local por onde sai o líquido. Isso por ser feito de maneira permanente ou temporária, com inserção de um plug em consultório ou por meio de cirurgia.
Outras medidas indicadas por profissionais para melhorar a qualidade de vida de pessoas com olhos secos são:
Hidratação constante, ingerindo bastante água diariamente;
Evitar ambientes com muita poluição do ar;
Não ingerir alimentos com álcool ou cafeína, substâncias que diminuem a produção lacrimal;
Utilizar acessórios de proteção ao sair de casa, como óculos escuros;
Utilizar lentes de contato apropriadas a pacientes com disfunção lacrimal;
Lembrar-se de piscar com frequência frente às telas.
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-do-olho-seco/ - Acesso em 04/01/2022
https://iorj.med.br/olho-seco/ - Acesso em 11/12/2020
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