22/06/2022
No dia 6 de junho é comemorado o Dia Nacional do Teste do Pezinho. A data ressalta a importância da realização desse exame em todos os recém-nascidos, pois ele é capaz de detectar de forma precoce diversos problemas de saúde, inclusive doenças raras. Com a aprovação da Lei nº 14.154 em maio de 2021, a rede pública de saúde ampliará de seis para 50 o número de doenças rastreadas pelo teste. O diagnóstico precoce dessas condições possibilita que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível, evitando, assim, que elas evoluam para quadros graves. A seguir, saiba mais sobre o procedimento e as patologias que ele detecta.
Realizado preferencialmente entre o segundo e quinto dia de nascimento do bebê, o teste do pezinho consiste na coleta de gotas de sangue do calcanhar, região do corpo que concentra diversos vasos sanguíneos. O exame é bastante rápido, pouco invasivo e praticamente indolor para a criança.
No Brasil, o teste do pezinho é realizado desde a década de 1970 e se tornou obrigatório 20 anos mais tarde, em 1992. Ele pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN).
Segundo informações do Ministério da Saúde, cerca de 2,4 milhões de testes do pezinho são realizados anualmente no sistema público e mais de 80% dos bebês recém-nascidos são submetidos ao exame no país.
O teste do pezinho deve ser realizado a partir do segundo dia de nascimento e até o quinto dia devido às reações metabólicas do organismo do bebê. É nesse momento que o exame consegue detectar possíveis anomalias com maior eficácia.
Nesta fase já ocorreu, por exemplo, a ingestão adequada de proteínas por meio da amamentação, o que evita resultados como falso negativo para fenilcetonúria, uma das doenças raras identificadas pelo exame.
Geralmente, o teste do pezinho é realizado na maternidade, antes da alta hospitalar. Caso não seja feito, a recomendação é levar a criança a qualquer unidade de saúde no prazo de uma semana para realizar o exame.
Vale ressaltar que resultados positivos para qualquer doença provavelmente exigirão maior investigação clínica para confirmar o diagnóstico e, então, o tratamento ser iniciado.
A versão mais básica do teste do pezinho possibilita identificar seis doenças raras, que são as seguintes:
Anemia falciforme - alteração das hemácias que diminui a capacidade de transporte do oxigênio para as células do corpo;
Fibrose cística - comprometimento dos aparelhos digestivo e respiratório e das glândulas sudoríparas, responsáveis por produzir o suor;
Hiperplasia adrenal congênita (HAC) - alteração de hormônios como cortisol e aldosterona, que sem o devido tratamento pode gerar uma grave desidratação e até mesmo evoluir para o óbito do bebê;
Hipotireoidismo congênito - caracterizado pela produção baixa do hormônio da glândula tireoide. Se não tratado, pode interferir no desenvolvimento mental da criança;
Deficiência de biotinidase - caracterizada pelo mau funcionamento de uma enzima. Pode gerar diversos males como convulsões, surdez, hipotonia, ataxia, dermatite e até o atraso no desenvolvimento;
Fenilcetonúria - incapacidade de metabolização de moléculas que, em grande quantidade, provoca uma reação capaz de intoxicar principalmente o cérebro.
Até 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferecia o teste do pezinho básico, que contemplava apenas as seis patologias já listadas. Com a sanção da Lei nº 14.154, a rede pública passa a oferecer de forma gratuita o teste do pezinho ampliado, que antes só estava disponível na rede privada. A versão ampliada possibilita a detecção precoce de mais de 50 doenças.
A nova lei entrou em vigor um ano após sua publicação, ocorrida no dia 26 de maio de 2021. No entanto, a ampliação das doenças identificadas pelo teste ocorrerá de forma gradativa, de acordo com as etapas definidas pelo Ministério da Saúde. O processo ocorrerá em cinco etapas. Veja quais grupos de doenças serão incluídas no teste do pezinho ampliado em cada uma dessas etapas:
Doenças relacionadas ao excesso de fenilalanina;
Patologias relacionadas à hemoglobina;
Toxoplasmose congênita.
Identificação de nível elevado de galactose no sangue;
Aminoacidopatias;
Distúrbio do ciclo de ureia;
Distúrbios de betaoxidação de ácidos graxos.
Doenças que alteram o funcionamento celular;
Problemas genéticos no sistema imunológico.
Atrofia muscular espinhal.
Com a nova lei que amplia o número de doenças rastreadas pelo teste do pezinho, será possível acelerar o diagnóstico de doenças raras, que muitas vezes não apresentam sintomas no nascimento e, se não forem tratadas cedo, podem causar sérios danos à saúde e até o óbito.
A partir do diagnóstico, é possível direcionar para o melhor tratamento e garantir o acompanhamento médico adequado, diminuindo as chances de complicações e trazendo mais qualidade de vida para o paciente e para a família.
As doenças raras são definidas pelo número reduzido de pessoas afetadas – até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos. Essas enfermidades possuem uma ampla diversidade de sintomas que podem variar de doença para doença e de paciente para paciente com a mesma condição.
Há cerca de 8 mil doenças raras catalogadas pela literatura médica, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cerca de 13 milhões de brasileiros são acometidos por doenças raras e estima-se que 75% deles sejam crianças, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Continue aprendendo mais sobre o assunto no Portal de Saúde e Bem-estar da Pfizer, o Cuidamos Juntos.
https://jornal.usp.br/atualidades/doencas-raras-acometem-13-milhoes-de-brasileiros-e-necessitam-de-mais-atencao/ - acessado em 30/05/2022;
https://www.sbemsp.org.br/entenda-sobre-o-teste-do-pezinho/ - acessado em 30/05/2022;
https://bvsms.saude.gov.br/raro-e-ser-muitos-raro-e-ser-forte-raro-e-ter-orgulho-disso-28-02-dia-mundial-e-nacional-de-doencas-raras/ - acessado em 30/05/2022;
http://www.mt.gov.br/-/16587648-diagnostico-precoce-de-doencas-raras-pode-evitar-progressao-e-sequelas-alerta-especialista-do-mt-saude - acessado em 30/05/2022;
https://prefeitura.poa.br/sms/noticias/teste-do-pezinho-ampliado-detecta-mais-de-20-novas-doencas-raras - acessado em 29/05/2022;
https://www.fadc.org.br/noticias/teste-do-pezinho - acessado em 29/05/2022;
https://bvsms.saude.gov.br/teste-do-pezinho/ - acessado em 29/05/2022.
PP-UNP-BRA-0309