A amiloidose é uma doença rara, que ocorre quando proteínas insolúveis se depositam em órgãos e tecidos, formando uma fibra que não consegue ser removida pelo organismo e, assim, causando danos graves àquele órgão. Quando a amiloidose se concentra nos tecidos do coração, é chamada de amiloidose cardíaca.
Causada por um distúrbio do metabolismo de proteínas, a doença é mais comum em idosos. À medida que os depósitos de proteínas no tecido do coração aumentam, o órgão vai se tornando rígido, com paredes espessas - tanto nos átrios quanto nos ventrículos e nas válvulas.
Conforme isso acontece, seu funcionamento é comprometido. O acúmulo de proteínas no tecido cardiovascular pode levar à redução do bombeamento de sangue, comprometimento dos átrios e cardiomiopatia restritiva, na qual o órgão se torna tão rígido que não consegue se expandir para encher de sangue e distribuí-lo adequadamente para diversas regiões do corpo.
O coração é afetado em 50% dos casos de amiloidose, sendo que, dessas ocorrências, 5% acarretam danos exclusivamente ao sistema cardíaco, sem afetar outros órgãos.
Por se manifestar de maneiras variadas, não há um padrão definido de como a doença cardiovascular se apresenta no organismo. Em geral, a enfermidade pode ocasionar:
Falta de ar;
Fadiga;
Perda de peso;
Tontura ao ficar de pé;
Batimento cardíaco irregular;
Pressão sanguínea baixa;
Urina espumosa devido a perdas de proteína;
Dormência ou dor nas mãos e pés;
Constipação e diarreia, alternadamente;
Funcionamento anormal do fígado (hepatomegalia);
Insuficiência cardíaca.
O aparecimento dos sintomas não leva a pessoa a pensar na amiloidose cardíaca logo de início. Os sinais primários são inespecíficos e levam a considerar diversos outros problemas. Mesmo os sintomas específicos do coração são, muitas vezes, confundidos com outras doenças cardiovasculares, o que leva à demora do diagnóstico correto e ao avanço da enfermidade.
Em geral, a identificação da doença é difícil. Para distinguir a amiloidose cardíaca de outros problemas cardiovasculares, o médico analisa o espessamento da parede do coração e a insuficiência cardíaca, quando esse quadro não pode ser explicado por qualquer outra enfermidade.
Ao descartar outras doenças, a suspeita da amiloidose cardíaca pode ser confirmada por meio de uma biópsia de células do coração. Um ecocardiograma pode especificar características da doença, como a extensão e gravidade do depósito de proteínas no órgão. Isso permite um tratamento específico para cada caso. Podemos incluir aqui o exame de cintilografia óssea e ressonância.
Os tratamentos disponíveis variam de acordo com o quadro clínico: o tipo de proteína amiloide envolvida, idade e preferência do paciente. Por isso, é importante procurar um acompanhamento profissional em cada caso.
Geralmente, o tratamento é dividido em duas partes: amenização dos sintomas para melhorar a qualidade de vida, interrupção da produção da proteína que gera a doença ou estabilização das proteínas instáveis. Pode ser indicado:
Uso de diuréticos e restrição de sal na dieta, para controlar a insuficiência cardíaca;
Uso de marcapassos para melhorar o funcionamento do órgão no que diz respeito à condução do sangue;
Quimioterapia com objetivo de reduzir o número de proteínas danosas;
Tratamento medicamentoso.
O transplante de coração é feito somente em casos muito específicos devido à alta taxa de complicação em portadores da doença.
Atenção: Caso não seja identificada e tratada a tempo, a amiloidose cardíaca pode levar à insuficiência do coração e até à morte. Ao perceber qualquer sintoma, consulte seu médico.
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Conscientização
sobre amiloidose. Amyloidosis Suport Groups, outubro de 2013. Disponível em: http://amyloidosissupport.org/AmyloidAware_Portuguese.pdf. Acesso em 25/06/2024
Amiloidose cardíaca – abordagem diagnóstica, a propósito de um caso clínico. Revista Portuguesa de Cardiologia, maio de 2016. Disponível em https://www.revportcardiol.org/pt-amiloidose-cardiaca-abordagem-diagnostica-articulo-S0870255116000573. Acesso em 25/06/2024
Amiloidose Cardíaca: Relato de Caso. Revista Brasileira de Ecocardiografia e Imagem Cardiovascular, novembro 2011. Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dic/publicacoes/revistadic/revista/2012/portugues/Revista03/08-amiloidose.pdf. Acesso em 25/06/2024
PP-PFE-BRA-5320